Público se encanta com a segunda edição da Bienal das Amazônias em Belém


agosto 28, 2025

“Uma plataforma de debates de um território a partir das artes produzidas por este próprio território. Porque não há lugar que sobreviva a tanta violência como a Amazônia, se a própria Amazônia não se colocar à frente das suas vontades e dos seus anseios. Então, a Bienal é esse lugar que pensa esse lugar a partir de uma lógica coletiva”. Foi assim que a presidente fundadora da Bienal das Amazônias, Lívia Condurú, iniciou seu discurso na abertura da segunda edição da Bienal, na noite de terça-feira, 26 de agosto.

Com trabalhos de 74 artistas e coletivos de oito países da Pan-Amazônia e do Caribe, as obras dialogam com o conceito “Verde-distância”, inspirado no romance Verde Vagomundo, do escritor paraense Benedicto Monteiro. A curadoria é de Manuela Moscoso (curadora-chefe), junto com Sara Garzón (curadora adjunta), Jean da Silva (cocurador do programa público), e Mónica Amieva (curadora pedagógica).

Em seu discurso, Livia Condurú agradeceu a toda a equipe que trabalhou para o projeto acontecer. “A Bienal é de fato um projeto que vai muito além de mim, um projeto que acontece porque muitas pessoas têm a possibilidade de sonhar e de realizar, de colocar os seus desejos em prática, porque, de fato, não acreditamos numa vida que não a vida coletiva”, prosseguiu. Lívia destacou as várias realizações que tiveram lugar no Centro Cultural Bienal das Amazônias, além da primeira edição da Bienal, em 2023. Ela citou as sete exposições realizadas ao longo de 2024, o Encontro de Gestores Culturais do Sul Global e o barco da Bienal das Amazônias Sobre as Águas, que proporcionou muitas trocas de saberes aportando em várias cidades.

Livia também agradeceu aos parceiros, Nubank, Shell e Vale, que patrocinam a Bienal das Amazônias, e à Embaixada da França, que incluiu a Bienal na Temporada da França Brasil 2025. Por fim, sintetizou o espírito da Bienal em uma reflexão: “alguém me perguntou esses dias: por que vocês não vendem essa ideia de Amazônia para fora? Respondi: porque não é sobre vender uma Amazônia para fora, é sobre fortalecer um território para dentro. A partir do momento em que conseguimos nos articular, conseguimos vencer todas as demandas que nos são impostas. A ideia de distante é só uma ideia, porque a distância é a mesma tanto para quem vê de um lado quanto para quem vê de outro”.

A curadora chefe da Bienal, a equatoriana Manuela Moscoso, agradeceu a toda a equipe que trabalhou com ela e destacou a emoção por estar vivendo um momento tão especial. “Verde-Distância nasce de um trecho de Benedito Monteiro, uma frase que, além de ser linda, é lida, e não se encerra em palavras, mas se espalha como um rio. E nesse sopro, aprendemos que a distância não separa, ela engrossa, ela se torna matéria, ela nos faz nos perceber de outro modo”, disse.

Entre os presentes, a secretária estadual de Cultura, Úrsula Vidal, que representou o governador do estado, celebrou o olhar visionário das mulheres à frente da Bienal das Amazônias. “Lívia, tu és uma mulher que não desiste, junto a outras mulheres, junto à Keyna Eleison e à Vania Leal (diretoras da Bienal das Amazônias), e nós celebramos esse trabalho”.

Úrsula previu que durante a COP 30 a Bienal será um centro irradiador de novas possibilidades, de novas imaginações, de novos futuros possíveis, a partir de um protagonismo Amazônico. “Vocês estão conseguindo realizar algo que o poder público não consegue, graças a essas interconexões, a essa interdisciplinaridade, essas intersecções que vocês enxergam de uma maneira muito mais fluida, muito mais inteligente, nos ensinando a trabalhar o território da cultura e da arte de uma maneira mais ampla, mais diversa, mais potente, mais forte, mais firme nos caminhos que vocês estão abrindo”, disse Úrsula.

O embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, também participou da cerimônia de abertura, junto com a comissária da Temporada da França no Brasil, Anne Loyout, exaltando as comemorações pelos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países. Entre outras coisas, destacou a preocupação e solidariedade da França no combate ao desmatamento e mineração ilegais na Amazônia. Por fim, também parabenizou a toda a equipe realizadora da Bienal.

A presidente da Funarte, Maria Marighella, representou o Ministério da Cultura no evento. “Preciso trazer o abraço da ministra Margareth Menezes, do secretário executivo Márcio Tavares e do Ministério da Cultura e Funarte aqui nessa Bienal, celebrando essa experiência artística e cultural nesse território. Todo mundo que sonha é perigosíssimo, mas todo mundo que sonha e realiza é mais perigoso ainda. E queremos saudar aqui o risco, a audácia, a insurgência”.

Representantes dos patrocinadores masters da Bienal também participaram da festa de abertura. A head de ESG do Nubank, Caroline Afonso, destacou a alegria do Nubank de investir na Bienal das Amazônias. “A gente preza muito pela descentralização no investimento, visando sempre como se pode transformar a cidade e a vida das pessoas”. A Shell marcou presença com a exibição de um vídeo que celebra a cultura brasileira e o apoio da empresa a diversos projetos de desenvolvimento culturais espalhados pelo país. Pela empresa Vale, esteve presente a diretora do Instituto Cultural Vale, Luciana Gondim, que destacou a importância da Lei Rouanet, “Sem essa Lei, ações gigantes como essa não seriam possíveis”, disse. Ela lembrou que no ano passado foram apoiadas 130 iniciativas na Pan-Amazônia.

Programação

Com uma programação vibrante e plural, a semana de abertura, de 27 a 31 de agosto, irá trazer uma série de ações artísticas e encontros reflexivos. Na quarta-feira (27), a programação no CCBA, a partir das 12h, inclui performance de Delfina Nina (ativação de obra, 2º piso); performance de Nathyfa Michel (ativação de obra, 2º piso); pintura-performance de Nathalie Leroy Fiévée (ativação de obra, 3º piso); Assembleia Verde-Memória, a partir das 15h30, com moderação de Manuela Moscoso; e performance de Akha (Sonhário) a partir das 18h.

Na quinta-feira (28), continua a programação no CCBA a partir das 15h30 com a Assembleia Verde-Distância moderada por Sara Garzón; e a performance Destemplado, de Wilson Diaz (Sonhário), a partir das 18h.

Na sexta-feira (29), o público poderá assistir no CCBA. a partir das 12h a performance de Mapa Teatro/Nukak e Mali Salazar, além de participar da Assembleia Verde–Sotaque, que reúne artistas como Astrid González, Dayro Carrasquilla, Emperatriz Plácido San Martín, entre outros, em uma conversa sobre linguagem, identidade e território. 

No sábado (30), as performances continuam no CCBA a partir das 11h30 com Gwladys Gambie, Rubén Barrios e novamente Mapa Teatro/Nukak. A partir das 16h30, as programações ocorrerão no Ver-o-Rio, começando com a Assembleia Verde–Sonhos, mediada por Jean da Silva, com artistas indígenas e amazônicos discutindo o sonho como forma de conexão e saber. Às 18h ocorrerá uma performance de Roberto Evangelista, em que o público será convidado a interagir à beira do rio, encerrando com atividades até às 22h. 

No domingo (31), a programação no CCBA segue com uma performance de Roma Rio às 12h30, marcando o encerramento do ciclo de atividades do fim de semana.

Patrocinadores 

Nubank

O Nu é a maior plataforma de banco digital do mundo fora da Ásia, atendendo a mais de 100 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. A empresa tem liderado uma transformação na indústria, usando dados e tecnologia proprietária para desenvolver produtos e serviços inovadores. Guiado por sua missão de combater a complexidade e empoderar as pessoas, o Nu atende à jornada financeira completa dos clientes, promovendo acesso e avanço financeiro com crédito responsável e transparência. A empresa se apoia em um modelo de negócios eficiente e escalável que combina baixo custo de atendimento com retornos crescentes. O impacto do Nu tem sido reconhecido em diversos prêmios, incluindo as 100 Empresas mais Influentes da Time, as Empresas Mais Inovadoras da Fast Company e os Melhores Bancos do Mundo da Forbes.

 Shell Brasil

Há 112 anos no país, a Shell Brasil é uma companhia de energia integrada, com participação nos setores de Petróleo e Gás, Soluções Baseadas na Natureza, Pesquisa & Desenvolvimento e Trading, por meio da comercializadora Shell Energy Brasil. A companhia está presente ainda no segmento de Biocombustíveis por meio da joint-venture Raízen, que no Brasil também gerencia a distribuição de combustíveis da marca Shell. A Shell Brasil trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.

Vale

A Vale acredita que a cultura transforma vidas. Pelo quarto ano consecutivo é a maior apoiadora privada da Cultura no Brasil, patrocinando e fomentando projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo em que atua para o fortalecimento da economia criativa.

Para fortalecer sua atuação na Cultura, em 2020 foi criado o Instituto Cultural Vale, que já esteve ao lado de mais de mil projetos em todo o país, com investimento de mais de R$ 1 bilhão em recursos próprios da Vale e via Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Conheça mais sobre a Vale em vale.com.

Serviço

2ª Bienal das Amazônias – Verde-Distância
De 27 de agosto a 30 de novembro de 2025
Centro Cultural Bienal das Amazônias – Rua Manoel Barata, 400 – Belém, PA
www.bienalamazonias.org.br | Instagram: @bienalamazonias
Imprensa: +55 (91) 99282-9518 / 99212-9882
comunicacao@bienalamazonias.com.br

Horário de funcionamento do CCBA: segunda-feira e terça-feira fechado; quarta e quinta-feira das 9h às 17h; sexta e sábado das 10h às 20h; e domingos e feriados das 10h às 15h. A última entrada é sempre uma hora antes do fechamento.

Horário de funcionamento especial na semana de abertura: quarta-feira (27) das 12h às 18h30; quinta-feira (28) das 15h30 às 18h30; sexta-feira (29) e sábado (30) das 10h às 20h; domingo (31) das 10h às 15h. 

Artistas e coletivos da 2ª Bienal das Amazônias

Aileen Gavonel + Máxima Acuña - PERU

Aimemma Uai - COLÔMBIA

Alessandro Fracta - BRASIL

Akha - BRASIL

Amazoniando - BRASIL

Ana Maria Millan - COLÔMBIA

Ana Ruas - BRASIL

Andres Pereira Paz - BOLÍVIA

Angelica Alomoto - EQUADOR

Antonio Paucar - PERU

Astrid Gonzalez - COLÔMBIA

Augusto N. Martinez - EQUADOR

Bárbara Savannah - BRASIL

Brus Rubio - PERU

Buga Peralta - BRASIL

Carla Duncan - BRASIL

Carchíris - BRASIL

Chico Ribeiro - BRASIL

Danilo S’Acre - BRASIL

Dayro Carrasquilla - COLÔMBIA

Delfina Nina - PERU

Emperatriz Plácido San Martín - PERU

Estado Fosil - EQUADOR

Feliciano Lana - BRASIL

Gianfranco Annichini - ITÁLIA/PERU

Gustavo Toaquiza Ugsha - EQUADOR

Gwladys Gambie - MARTINICA

Isabella Celis Campos - COLÔMBIA

Jaider Esbell - BRASIL

Jean-François Boclé - MARTINICA

Jim c Ned - COLÔMBIA

John Lie A Fo - SURINAME

Jose Luis Macas - EQUADOR

Joseca Yanomami - BRASIL

Julia Chambi López - PERU

Julieth Morales - COLÔMBIA

Keisha Scarville - EUA/GUIANA

Kenia Almaraz Murillo - BOLÍVIA

Kuenan Mayu - BRASIL

La vulcanizadora - COLÔMBIA

Linda Ponguta - COLÔMBIA

Lucía Pizzani - VENEZUELA

Mapa Teatro + Nükak - COLÔMBIA

Marajó Estampado - BRASIL

Marcelle Nascimento - BRASIL

Marie-Claire Messouma - FRANÇA/GUADALUPE

Mali Salazar - PERU

Mauricio Igor - BRASIL

Mayro Romero - EQUADOR

Nathalie Leroy Fiévée - GUIANA FRANCESA

Nathyfa Michel - GUIANA FRANCESA

Olinda Silvano - PERU

Osvaldo Gaia - BRASIL

Patty Wolf - BRASIL

Pedro Neves - BRASIL

Peter Minshall - GUIANA

Regina Vater (uma obra em conjunto com Roberto Evangelista) - BRASIL

Remy Jungerman - SURINAME

Rinaldo Klas - SURINAME

River Claure - BOLÍVIA

Roberto Evangelista - BRASIL

Roma Rio - BRASIL

Ronny Quevedo - EQUADOR

Rubén Elías Barrios Rodríguez - COLÔMBIA

Sara Flores - PERU

Silvana Mendes - BRASIL

Simon Speiser - EQUADOR

Simon Uribe - COLÔMBIA

Tawna - EQUADOR

Wilson Díaz - COLÔMBIA

Wira Tini - BRASIL

Zahy Tentehar - BRASIL

Zimar - BRASIL

Equipe curatorial da 2ª Bienal das Amazônias reunida em uma escada, composta por cinco integrantes.

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