A Bienal das Amazônias se une ao centro de memórias, educação e cultura, Zefas Quilombo Urbano para celebrar o mês da Consciência Negra com atividades que reverenciam as tradições ancestrais e a força coletiva. Integrando o último ato do Programa Público Germinantes, o eixo “Sotaque: chamado cabano” conduz, de 21 a 22 de novembro, uma programação gratuita diversa que inclui mostra, rodas de conversa e cinema. A parceria entre os espaços culturais também celebra o lançamento do livro “A menina de Pitó”, de Domingos Conceição.
A programação em parceria com a Bienal das Amazônias faz parte das atividades do "Mês de Zumbi e da Consciência Negra" que vem sendo desenvolvida pelo Zefas. As atividades no espaço cultural, localizado no bairro do Jurunas, se iniciam nesta sexta-feira (21) com uma mostra seguida por roda de conversa, às 15h.
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Com o tema “Coisas de Preto Trançando a Beleza Negra”, a programação vai abordar os modos de existir e embelezar-se da população negra amazônica, reforçando a representatividade das tranças como ato de resistência e empoderamento. Entre os convidados para a conversa estão Arcângela Freitas, Joyce Farias, Caju, Neganat e Sandy Soeiro.
A memória e oralidade amazônica também serão responsáveis por conduzir o lançamento do livro “A menina de Pitó”, de Domingos Conceição, às 17h30. A obra aborda a estética e a beleza negra, onde o Pitó vem de uma tradição ancestral, como um baú que abriga histórias e cada narrativa abre uma vereda de pertencimento.
Durante o evento de lançamento, Domingos Conceição vai receber Don, Grisse Fábio e Dejan Conceição para uma roda de conversa mediada por Luan Conceição. “Espero que que a apresentação do livro complemente a mostra do trabalho com tranças em cabelos de negros. Que alcancemos os nossos objetivos, de tornar públicos e acessíveis os trabalhos sobre beleza, estética e combate ao racimo racial e multidimensional”, destaca o autor.
A programação cultural continua no sábado (22) com a exibição do filme “A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados” (2005), dirigido por Luiz Arnaldo, às 15h. Com a presença do diretor e da produtora Célia Maracajá, o Cine Zefas vai promover um debate entre os convidados e o público, que promete mergulhar nas encantarias e nas histórias de fé da Amazônia.
O espaço Zefas também será palco da COP do Jurunas, mesa que vai reunir saberes e práticas comunitárias de um dos territórios mais simbólicos da resistência cabana. Conduzida por Tayná Silva, a mesa será composta por Marineide Juruna, Igina, Domingos Conceição e Djavan, às 17h30.
Literaturas amazônicas
De volta ao Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), no domingo (23) o programa pedagógico da 2ª Bienal das Amazônias realiza o minicurso "Mnésicas Amazônicas: Uma Introdução às Literaturas Amazônicas", que propõe a reflexão sobre a formação da literatura produzida na região. O curso será ministrado pela arte-educadora Arth, às 10h, e as inscrições podem ser realizadas gratuitamente através do link.
A oficina pretende despertar o interesse pela literatura amazônica, trazendo algumas problematizações a respeito do que é ser amazônico, enquanto se discute o que é a expressão cultural diversa desse território e como ela se faz viva e politicamente significativa para nós, abordando textos de importantes autores, como Benedicto Monteiro, Max Martins, Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes e Maria Lúcia Medeiros, além de percorrer a perspectiva das tradições orais indígenas a partir de Daniel Munduruku.
Arth antecipa que o minicurso também vai dialogar com as obras de Brus Rubio, que, através de suas telas, propõe imagens que remetem à memória, ritual e cosmologia enraizada na Amazônia peruana originária; Carla Duncan, que, através da figuração, faz uma leitura da vida urbana na Amazônia; e Wira Tini, que traz a vivência e cosmologia indígenas e a cidade amazônica com a modernidade imposta para a discussão.
“Esse espaço que criamos é para o exercício do pensamento crítico. Assim, o participante pode levar consigo e compartilhar com o mundo de forma consciente quem nós somos, o que e como produzimos de forma responsável as imagens que representam as nossas identidades”, afirma Arth.
A 2ª Bienal das Amazônias tem patrocínio master do Nubank, Shell e Vale, e patrocínio do Mercado Livre, todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A 2ª edição conta também com o apoio institucional do Instituto Cultural Amazônia do Amanhã (ICAA) e da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa na Amazônia (FADESP).
Serviço
Programa Público Germinantes
Local: Zefas – Passagem Monte Alegre, n° 99 – Jurunas.
Mostra e roda de conversa “Coisas de Preto Trançando a Beleza Negra”
Data: 21 de novembro
Hora: 15h às 17h
Roda de conversa e lançamento do livro “A menina do Pitó”
Data: 21 de novembro
Hora: 17h30 às 19h30
Cine Zefas “A Descoberta da Amazônia pelos Turcos Encantados”
Data: 22 de novembro
Hora: 15h às 17h
Mesa “COP do Jurunas”
Data: 22 de novembro
Hora: 17h30 às 20h
Minicurso "Mnésicas Amazônicas: Uma Introdução às Literaturas Amazônicas"
Data: 23 de novembro
Hora: 10h
Local: Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA) – Rua Manoel Barata, n° 400 - Campina
Horário de funcionamento da 2ª Bienal das Amazônias, até novembro/25.
Quarta e quinta-feira das 9h às 17h; sexta e sábado das 10h às 20h; e domingos e feriados das 10h às 15h. A última entrada é sempre uma hora antes do fechamento.
Local: Centro Cultural Bienal das Amazônias – Rua Manoel Barata, 400. Centro/Belém-Pará.
Foto: Joédson Alves/Agência Brasil