2ª Bienal das Amazônias abre em Belém com trabalhos de 74 artistas e coletivos de oito países Pan-Amazônicos


agosto 26, 2025

2ª Bienal das Amazônias abrirá ao público no dia 27 de agosto de 2025 em Belém (PA) com o conceito curatorial Verde-Distância. A mostra, que reúne trabalhos de 74 artistas e coletivos de oito países da Pan-Amazônia e do Caribe, seguirá aberta até 30 de novembro, com entrada gratuita. Esta edição apresenta uma constelação de práticas artísticas que atravessam territórios, sonhos, memórias, linguagens e escutas. A curadoria é de Manuela Moscoso (curadora-chefe), junto com Sara Garzón (curadora adjunta), Jean da Silva (cocurador do programa público), e Mónica Amieva (curadora pedagógica).

2ª edição conta com patrocínio master do NubankShell Vale, e patrocínio do Mercado Livre, todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta ainda com o apoio institucional do Instituto Cultural Amazônia do Amanhã (ICAA) e da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa na Amazônia (FADESP).

VEJA MAIS

Segundo Manuela Moscoso, a 2ª Bienal se orienta por atmosferas, forças relacionais e condições de escuta. O ponto de partida curatorial foi a expressão “verde-distância”, retirada do romance Verde Vagomundo, do escritor paraense Benedicto Monteiro. “Distância não é ausência. É matéria. É uma forma de relação que preserva em vez de isolar, que permite o cuidado sem domínio e a copresença sem fusão”, afirma a curadora. “Verde-distância é também uma ética de escuta — uma atenção ao que resiste à tradução, ao que se move entre corpos e mundos sem se deixar capturar”, analisa. Essa abordagem atravessa toda a exposição, que se articula em torno de três forças sensíveis — sonhos, memória e sotaque — já presentes, de diferentes formas, nas práticas dos artistas participantes.

semana de abertura será marcada por uma programação intensa de performances e encontros públicos. Um dos momentos centrais será a homenagem ao artista acreano Roberto Evangelista (1947–2019), cuja trajetória combinou performance, vídeo criação, escrita e pedagogia como formas de resistência cultural e preservação de histórias afro-amazônicas e indígenas. Evangelista é reconhecido como figura fundamental e pioneiro da arte na região.

Durante a semana de abertura, o público é convidado a participar das Assembleias Verde-Vagomundo - rodas de conversa que reúnem artistas participantes, curadores e visitantes em torno de práticas, experiências e formas de escuta e conversa. Inspiradas na escrita de Benedicto Monteiro, as assembleias são espaços de pensamento partilhado, onde se cruzam vozes, percursos e territórios. Em cada encontro, os eixos sensíveis da Bienal - sonhos, memória, sotaque e distância - orientam os diálogos, que acontecem sem hierarquias e com atenção ao que se constrói entre as falas. São momentos em que a presença coletiva se afirma como método curatorial.

Manuela explica que a 2ª Bienal das Amazônias – Verde-Distância é fruto de um processo curatorial construído por meio de visitas, escutas e pesquisas em territórios brasileiros como Marajó, Amapá, Acre e Boa Vista, e pan-americanos como Guiana, Suriname, Peru, Equador, Colômbia, entre outros territórios. “Buscamos criar uma exposição que amplifique o trabalho dos artistas e que atue como experiência sensível e intelectual para quem a atravessa. Uma curadoria que se constrói como narrativa viva, feita de encontros entre práticas distintas, vozes múltiplas e presenças potentes da região pan-amazônica e para além dela”, afirma Moscoso.

A identidade visual da 2ª Edição da Bienal das Amazônias foi criada pela designer Priscila Clementti e pelo artista Bonikta. A expografia é assinada pela arquiteta Isabel Xavier, segundo a qual o projeto expográfico pensou espaços que convidam as pessoas a acessarem de maneira ativa e criativa o exercício do sonho. “O gesto construtivo preza pela bioeconomia amazônida e formas de presença conectadas ao território, agregando valor e fortalecendo as cadeias produtivas locais em consonância com a multiplicidade de sotaques proposta pela curadoria”, explica Isabel.

A mostra ocupa os oito mil metros quadrados do Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), reunindo obras que atravessam espiritualidade, sonoridade, corporalidade, narração e resistência. Em vez de impor um percurso fixo, a exposição se constrói como território em movimento, onde práticas artísticas se entrelaçam com histórias, ritmos e formas de viver. Conforme Manuela Moscoso, é um lugar que convida à presença, à pausa e à escuta. “Queremos criar uma experiência que se afirme com densidade e cuidado, um percurso encarnado, feito de encontros, intervalos e sentidos que não se fecham”, finaliza.

A 2ª edição da Bienal das Amazônias faz parte da Temporada França-Brasil 2025, evento que visa dar um novo impulso à relação bilateral entre os dois países. A França apoia artistas dos territórios ultramarinos franceses que expõem nesta edição.

Programação

Com uma programação vibrante e plural, a semana de abertura, de 27 a 31 de agosto, irá trazer uma série de ações artísticas e encontros reflexivos. Na quarta-feira (27), a programação no CCBA, a partir das 12h, inclui performance de Delfina Nina (ativação de obra, 2º piso); performance de Nathyfa Michel (ativação de obra, 2º piso); pintura-performance de Nathalie Leroy Fiévée (ativação de obra, 3º piso); Assembleia Verde-Memória a partir das 15h30 com moderação de Manuela Moscoso; e performance de Akha (Sonhário) a partir das 18h.

Na quinta-feira (28), continua a programação no CCBA a partir das 15h30 com a Assembleia Verde-Distância moderada por Sara Garzón; e a performance Destemplado, de Wilson Diaz (Sonhário), a partir das 18h.

Na sexta-feira (29), o público poderá assistir no CCBA. a partir das 12h a performances de Mapa Teatro/Nukak e Mali Salazar, além de participar da Assembleia Verde–Sotaque, que reúne artistas como Astrid González, Dayro Carrasquilla, Emperatriz Plácido San Martín, entre outros, em uma conversa sobre linguagem, identidade e território.

No sábado (30), as performances continuam no CCBA a partir das 11h30 com Gwladys Gambie, Rubén Barrios e novamente Mapa Teatro/Nukak. A partir das 16h30, as programações ocorrerão no Ver-o-Rio, começando com a Assembleia Verde–Sonhos, mediada por Jean da Silva, com artistas indígenas e amazônicos discutindo o sonho como forma de conexão e saber. Às 18h ocorrerá uma performance de Roberto Evangelista, em que o público será convidado a interagir à beira do rio, encerrando com atividades até às 22h.

No domingo (31), a programação no CCBA segue com uma performance de Roma Rio às 12h30, marcando o encerramento do ciclo de atividades do fim de semana.

Serviço

2ª Bienal das Amazônias – Verde-Distância

De 27 de agosto a 30 de novembro de 2025

Centro Cultural Bienal das Amazônias – Rua Manoel Barata, 400 – Belém, PA

www.bienalamazonias.org.br | Instagram: @bienalamazonias

Imprensa: +55 (91) 99282-9518 / 99212-9882

comunicacao@bienalamazonias.com.br

Horário de funcionamento do CCBA: segunda-feira e terça-feira fechado; quarta e quinta-feira das 9h às 17h; sexta e sábado das 10h às 20h; e domingos e feriados das 10h às 15h. A última entrada é sempre uma hora antes do fechamento.

Horário de funcionamento especial na semana de abertura: quarta-feira (27) das 12h às 18h30; quinta-feira (28) das 15h30 às 18h30; sexta-feira (29) e sábado (30) das 10h às 20h; domingo (31) das 10h às 15h.

Artistas e coletivos selecionados para a 2ª Bienal das Amazônias

Aileen Gavonel + Máxima Acuña - PERU

Aimemma Uai - COLÔMBIA

Alessandro Fracta - BRASIL

Akha - BRASIL

Amazoniando - BRASIL

Ana Maria Millan - COLÔMBIA

Ana Ruas - BRASIL

Andres Pereira Paz - BOLÍVIA

Angelica Alomoto - EQUADOR

Antonio Paucar - PERU

Astrid Gonzalez - COLÔMBIA

Augusto N. Martinez - EQUADOR

Bárbara Savannah - BRASIL

Brus Rubio - PERU

Buga Peralta - BRASIL

Carla Duncan - BRASIL

Carchíris - BRASIL

Chico Ribeiro - BRASIL

Danilo S’Acre - BRASIL

Dayro Carrasquilla - COLÔMBIA

Delfina Nina - PERU

Emperatriz Plácido San Martín - PERU

Estado Fosil - EQUADOR

Feliciano Lana - BRASIL

Gianfranco Annichini - ITÁLIA/PERU

Gustavo Toaquiza Ugsha - EQUADOR

Gwladys Gambie - MARTINICA

Isabella Celis Campos - COLÔMBIA

Jaider Esbell - BRASIL

Jean-François Boclé - MARTINICA

Jim c Ned - COLÔMBIA

John Lie A Fo - SURINAME

Jose Luis Macas - EQUADOR

Joseca Yanomami - BRASIL

Julia Chambi López - PERU

Julieth Morales - COLÔMBIA

Keisha Scarville - EUA/GUIANA

Kenia Almaraz Murillo - BOLÍVIA

Kuenan Mayu - BRASIL

La vulcanizadora - COLÔMBIA

Linda Ponguta - COLÔMBIA

Lucía Pizzani - VENEZUELA

Mapa Teatro + Nükak - COLÔMBIA

Marajó Estampado - BRASIL

Marcelle Nascimento - BRASIL

Marie-Claire Messouma - FRANÇA/GUADALUPE

Mali Salazar - PERU

Mauricio Igor - BRASIL

Mayro Romero - EQUADOR

Nathalie Leroy Fiévée - GUIANA FRANCESA

Nathyfa Michel - GUIANA FRANCESA

Olinda Silvano - PERU

Osvaldo Gaia - BRASIL

Patty Wolf - BRASIL

Pedro Neves - BRASIL

Peter Minshall - GUIANA

Regina Vater (uma obra em conjunto com Roberto Evangelista) - BRASIL

Remy Jungerman - SURINAME

Rinaldo Klas - SURINAME

River Claure - BOLÍVIA

Roberto Evangelista - BRASIL

Roma Rio - BRASIL

Ronny Quevedo - EQUADOR

Rubén Elías Barrios Rodríguez - COLÔMBIA

Sara Flores - PERU

Silvana Mendes - BRASIL

Simon Speiser - EQUADOR

Simon Uribe - COLÔMBIA

Tawna - EQUADOR

Wilson Díaz - COLÔMBIA

Wira Tini - BRASIL

Zahy Tentehar - BRASIL

Zimar - BRASIL

 

 

Equipe curatorial da 2ª Bienal das Amazônias reunida em uma escada, composta por cinco integrantes.

Apoie a Bienal

Você pode destinar até 6% do seu imposto de renda à Bienal das Amazônias, fortalecendo a arte amazônica e contribuindo para a democratização da cultura na região.
Quero apoiar

Patrocinadores

Lei de Incentivo

Patrocínio Master

Patrocínio

Transportadora Internacional Oficial

Empresa de Tecnologia Oficial

Apoio Institucional

Evento Organizado no Âmbito da Temporada França-Brasil 2025

Realização

Newsletter

Receba novidades, bastidores e atualizações direto no seu e-mail.